30.3.08
2º Concurso de Vídeo Escolar 8 e Meio
2º CONCURSO DE VÍDEO 8 E MEIO
Aberto a todos os alunos do Ensino Secundário da DREN
Regulamento e Ficha de Inscrição aqui!
A MINHA VIDA DAVA UMA CURTA
Pensemos um pouco nos jovens que vão concorrer ao concurso de Video escolar oito e Meio. Têm idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos sensivelmente. Que factos dignos de registo ou que parcelas biográficas suas mereceriam ser preservadas em registo video? Provavelmente poucas, se pensarmos no cânone das biografias habituais, no sentido em que a vidas, por exemplo de Charles Lindbergh ou Pablo Picasso, dariam um filme. Perante vidas tão curtas somos forçados a admitir a mais que normal ausência de material biográfico digno de nota. No entanto, acreditamos que cada jovem transporta dentro de si um indivíduo único, curioso e especial. Queremos ser espectadores (em primeira fila) do que os nossos alunos têm para dizer, o que pensam... queremos dar-lhes voz. Por isso o termo “vida” surge no concurso, não como expressão de uma sucessão cronólogica de eventos (invariavelmente previsível e aborrecida), mas muito mais como retrato das suas vidas interior e subjectiva. E neste sentido, qualquer vida merece (em qualquer altura) ser relatada, porque é através da diversidade que se constrói o respeito entre os seres humanos. Além do mais, este tema não pressupõe em absoluto que apenas as vidas humanas mereçam reflexão. Os alunos podem descentrar a atenção sobre si próprios e focá-la em tudo o que os rodeia. Uma formiga, um lápis, uma pedra, todos são susceptíveis de possuirem uma vida própria. Interessa-nos, também, este carácter animista que os objectos podem assumir. Se é verdade que qualquer tema tenderia a reduzir as opções criativas dos alunos, não é menos verdade que confiamos nas capacidades destes tornearem a imposição temática e contruirem variações inteligentes, sarcásticas, imaginativas do que lhes é sugerido. Porque como diz Federico Fellini “o cinema é um modo divino de contar a vida”.
10.3.08
Noites de Culto: ROMA
3.3.08
Programação de Março (adeus inverno)
Olá.
Assim encerra o 2.º período e o ciclo dos filmes da prateleira de cima da minha estante.
Março é o mês em que nos despedimos do inverno. Chaplin, Fellini, Truffaut, Bergman, Godard, Pasolini, Kubrik, estão no sol do cinema e não são o inverno. Escolhi-os para que o seu brilho nos acompanhasse num inverno de sol
Agora, batendo na porta da primavera, escolhi dois cineastas do leste europeu.
Tarkovski (n. 1932- m. 1986), que viveu o auge e o processo de declínio de um regime contraditório e fechado - o da URSS do miolo do século XX - e que o narrou em quadros poéticos de retratos intimistas.
Kusturica (n. 1954), que viveu um país que se consumiu na divergência de culturas que deveriam convergir, a Jugoslávia, hoje bósnio, empresta ao relato social dos balcãs que viveu, o delírio rocambolesco que por vezes lembra Fellini.
Faltaram tantos...
A prateleira de cima é grande e tornou-se sufocantemente estreita quando se tratou de escolher filmes para blocos lectivos tão apertados. Eisenstein, Murnau, Ophuls, Lang, Dreyer, Hitchcock, Renoir, Rossellini, Welles, Ford, Mizoguchi, Wilder, Kazan, Tati, Cassavetes, Mankiewicz, Preminger, Bresson, Buñuel, Mikhalkov, Antonioni, Visconti, De Sica, Polanski, Scola, Kurosawa, Scorsese, Fassbinder, Rohmer, Greenaway, Pialat, Lynch, Jarman, Jarmusch, Almodovar, Wenders, Kar-Wai, Hartley, Resnais, Ki-Duk, Chabrol, Trier, ... e os outros todos, sem hierarquias que não me interessam, faltaram por agora. E estiveram nos labirintos que antecederam as escolhas.
Boa primavera com os filmes do professor Arnaldo Pedro.
A entrada é livre e A LIBERDADE É BONITA.
António Boaventura Pinto
O Espelho
Zerkalo
Andrei Tarkovski
URSS, 1974
terça-feira, 4 de Março, 10h50m
quarta-feira, 5 de Março, 15h15m
Auditório da ESEQ
Sjecas li se Dolly Bell
Emir Kusturica
Jugoslávia, 1981
terça-feira, 11 de Março, 10h50m
quarta-feira, 12 de Março, 15h15m
Auditório da ESEQ
Na sua primeira longa-metragem, galardoada com o Leão de Ouro em Veneza, Emir Kusturica põe já em cena os temas sociais e o delírio visual que se tornaram o traço fundamental da sua obra. É um início de carreira surpreendente: não será apenas este rapaz de dezasseis anos que não conseguirá esquecer Dolly Bell.