Considerado por muitos como um dos filmes menores de Wilder, Kiss Me, Stupid é uma paródia (não tão literalmente) aos bons valores familiares e ao conservacionismo, cuja combinação de ingredientes sem tabus provocaram, à época de estreia, uma repulsa irada da Liga Católico-Romana da Decência, que condenou a fita pelos seus propósitos "pecaminosos".
Wilder exibe novamente os seus dotes de talento como escriba, concebendo um filme cómico, complexo e sempre divertido, repleto de gags e diálogos deliciosos. O filme inicia-se com a apresentação de Dino (Dean Martin), um cantor das noites de Las Vegas, que segue para Hollywood no seu carro, e que acaba por parar em Climax, uma pacata cidade onde vive Orville Spooner (Ray Walston), um ciumento professor de piano que escreve músicas e sonha em vê-las interpretadas por um “singer” famoso. O comportamento extremamente ciumento de Spooner deve-se à sua linda esposa, a mais desejada mulher da cidade. O melhor amigo de Spooner, o obeso Barney (Cliff Osmond), gere uma pequena estação de serviço, e com ele partilha o mesmo sonho, ajudando-o nas letras das suas canções. Os destinos de Dino e dos dois “comparsas” unem-se quando o cantor pára para atestar o carro na bomba de gasolina de Barney. Os dois, reconhecendo-o, engendram um plano para que este compre as cópias dos seus trabalhos musicais e assim se tornarem famosos. O plano inicia-se com uma sabotagem ao veículo de Dino, o que obriga a celebridade a passar a noite na residência de Spooner. Visto tratar-se de um playboy, Spooner manda a sua mulher para fora de casa, como prevenção de um eventual adultério, e em seu lugar contrata Polly the Pistol (Kim Novak), uma prostituta para seduzir o cantor...
Texto adaptado de cinematograficamentefalando