19.5.11

SESSÃO ADIADA PARA DIA 3 DE JUNHO


SEXTA-FEIRA, 3 de JUNHO, às 21H30, no auditório da ESEQ:

ANIKI BÓBÓ

O CLUBE DE CINEMA 8 E MEIO INFORMA QUE A SESSÃO: NOITES DE CULTO 8 E MEIO | MAIO: ANIKI BÓBÓ REALIZAR-SE-Á NA SEXTA-FEIRA, 3 DE JUNHO, ÀS 21H30, NO AUDITÓRIO DA ESEQ, POR MOTIVOS ALHEIOS AO CLUBE. AGRADECEMOS A COMPREENSÃO DO NOSSO PÚBLICO, LAMENTANDO QUALQUER INCONVENIENTE CAUSADO.

Lembramos que

a versão que apresentamos é a

cópia renovada

em versão restaurada e remasterizada em alta-definição. Contamos com a sua presença.




12.5.11

NOITES DE CULTO 8 E MEIO | MAIO: ANIKI BÓBÓ


SEXTA-FEIRA, 20 de MAIO, às 21H30, no auditório da ESEQ:

ANIKI BÓBÓ

Realização: Manoel de Oliveira
Argumento: Manoel de Oliveira (adaptação da obra “Meninos Milionários” de João Rodrigues de Freitas)
Produtor: António Lopes Ribeiro
Ano: 1942
Duração: 71 minutos

O filme regressou, em cópia renovada, às salas de cinema a 8 de Dezembro de 2010. A acção esteve associada ao lançamento do filme em DVD pela primeira vez, em versão restaurada e remasterizada em alta-definição (a versão que apresentamos). Manoel de Oliveira, o mais velho realizador do mundo ainda em actividade, cumpriu 102 anos no dia 11 de Dezembro de 2010.


A história é simples, real, ambientada no mesmo cenário de Douro, Faina Fluvial a zona ribeirinha do porto e Gaia. Dois garotos, o Carlos e o Eduardo, gostam da mesma miúda, a Teresinha. Um é audacioso, brigão, atrevido; o outro é tímido, bom, sossegado. A rivalidade vai-se acentuando e, um dia, para agradar à sua (namorada), Carlos rouba, uma boneca. Teresinha sente-se inclinada para ele até que um dia, numa inocente brincadeira, Eduardo escorrega por um talude e cai ao lado de um comboio que passa. Todos pensam que Carlos o empurrou e todos passam a afastar-se dele, enquanto Eduardo sofre numa cama de hospital. Carlos pensa fugir num barco ancorado no cais de Massarelos mas tudo se esclarece por intervenção do dono da "loja das tentações" que vira o acidente e que, no final tira todas as suspeitas de cima de Carlos. E os garotos poderão de novo jogar aos polícias e ladrões, ao jogo do Aniki-Bobó.


Luís de Pina in Breve História do cinema Português



Que poderei dizer do Aniki-Bóbó? Que terei para dizer? Se o fizesse hoje, fá-lo-ia, certamente bem diferente. Porque eu penso que os petizes já não fazem hoje aquelas mesmas coisas que fizeram a história do Aniki-Bóbó? Não, por essa razão não, de forma alguma. Neste ponto entendo hoje exactamente como então, quando fiz o filme. Continuo convencido de que os garotos daquela idade, hoje como ontem, procederiam identicamente em idênticas circunstâncias. Mas, repito, se voltasse ao mesmo assunto, faria hoje, certamente, coisa bem diferente. Porque quem mudou, ou julga ter mudado e muito, fui eu.

Intenções em Aniki-Bóbó? sim, certamente. E até ambiciosas, talvez. Ao tentar contar uma história tão simples como esta, pretendeu-se fazer espelhar nas crianças os problemas do homem, problemas ainda em estado embrionário; pôr em oposição concepções do bem e do mal, o ódio e o amor, a amizade e a ingratidão. Pretendeu-se sugerir o medo da noite e do desconhecido, a atracção da vida que palpita em todas as coisas à nossa volta, contrastando com a monotonia do que é fechado, limitado por paredes, pela força ou pelas convenções. Se se entrevê ou se sente, no decorrer do filme, qualquer aspecto de carácter social ou económico, o certo é que isso nunca foi ponto fundamental de estrutura ou construção. Como já não o era em “Douro, faina fluvial”. Quando muito, em “Aniki-Bóbó”, intencionalmente, mas muito ao de leve, pretendi sugerir uma mensagem de amor e compreensão do semelhante, como advertência a uma sociedade que luta e se desespera em injustiças


Declaração de Manoel de Oliveira ao Cine-Clube do Porto,

para o Programa nº 183 de uma sessão dedicada ao cinema português em

que se exibiram os filmes “Lucros...ilícitos” e “Aniki-Bóbó” em 19/12/1954



Manoel de Oliveira tem acerca do cinema uma concepção especial, que considero a verdadeira. Diz ele que a possibilidade que o cinema tem de “enlatar” seja o que for, o tem enganado a ele próprio. O cinema tem evidentemente limites e a dificuldade de fazer filmes está exactamente em ter a consciência desses limites. Ora Manoel de Oliveira é, quanto a mim, o mais dotado de todos os, que em Portugal fazemos cinema, por ter a consciência exacta desses limites. Para ele exprimir-se cinematograficamente é tão natural como para outros escrever ou falar. Este seu primeiro grande filme (refiro-me à metragem) revela pelo menos uma sensibilidade eminentemente poética posta ao serviço do cinema português. Ainda que fosse só por isso Aniki-Bóbó tem um significado muito especial dentro da aventurosa história do nosso cinema, mas além disso a reaparição de Nascimento Fernandes, esse espantoso actor e a revelação de um grupo de miúdos desta cidade em que o público vai encontrar verdadeiras vocações, acrescenta mais ainda o interesse desta apresentação.


Jorge Neves, Aniki-Bóbó: 50 anos, Porto: Delegação Regional da Cultura do Norte, 1992




Esta fita é uma infame cilada armada à inocência das crianças e à imprevidência dos pais. É uma verdadeira monstruosidade.”


Jornal “Cidade de Tomar” de 24/01/1943




Manoel de Oliveira construiu uma história de amor infantil como fulcro e articulou neste alguns dos elementos que constituem parte da vivência psíquica de garotos daquela idade e daquele viver: o tédio de uma escola arcaica, mas ainda corrente entre nós, o medo da polícia, as lendas que envolvem o mistério da morte, o jogo dos polícias e ladrões.”


Rui Grácio, em “Horizonte” de 13/01/1943




Uma tarde de Agosto, fez este verão um ano, Manoel de Oliveira leu a algumas pessoas, entre as quais me encontrava, a história de Aniki-Bóbó que não tinha ainda este título tão impopular. A história foi discutida durante horas e Manoel de Oliveira defendeu-a com entusiasmo de quem havia imaginado e desenvolvido. Quanto a mim, considerei-a, desde logo, anti-comercial – e demasiadamente literária para poder suportar a “ampliação” humana que a tela, necessariamente lhe conferiria. Procurámos convencer Manoel de Oliveira que a sua história carecia de verdade humana e que, com outro desenvolvimento, que unisse aquelas crianças em torno de uma boa acção, lhe faria perder o ar de “Dead End Kids” tripeiros, com vantagem para o espectáculo e para a acção construtiva de que o filme, e sobretudo o filme português não deverá alhear-se. Esta norma é tanto mais para ponderar quando se trata do chamado “cinema sério”, do cinema em que se faz Arte pela Arte.


Fernando Fragoso, em “Vida Mundial” de 07/01/1943




De uma grande honestidade, com pedaços de límpido cinema, tudo bem equilibrado, interpretação admirável, cingida, certa, expressividade, este filme dá o encanto das coisas despretenciosas e belas, no seu aprumo de simplicidade emotiva, recortada duma intenção social irónica e popular. Um artista, muito artista, este Manoel de Oliveira.


Poeta António Botto, em Jornal “Os Sports” de 04/01/1943

9.5.11

8 e meio no PORTO CANAL



Terça-feira, dia 10 de Maio, o 8 e meio vai ao PORTO CANAL. Pelas 19h30, no programa PORTO ALIVE!, será abordada a actividade do nosso clube, nomeadamente o 5º Concurso de Vídeo Escolar 8 e Meio. Convidamos todos os nossos amigos a assistir ao PORTO ALIVE!.

5.5.11

5º CONCURSO DE VÍDEO ESCOLAR 8 E MEIO


O clube de cinema 8 e meio da Escola Secundária Eça de Queirós (Póvoa de Varzim) tem o prazer de apresentar o 5º Concurso de Vídeo Escolar 8 e Meio.

Entre 12 de Abril e 31 de Agosto de 2011, ocorre o período para a recepção de filmes participantes neste concurso.

O Concurso de Vídeo Escolar 8 e Meio destina-se à participação de todos os estudantes do ensino secundário português, que concorrerão em duas categorias:

Geral (englobando a produção de ficção ou documentário): Atribuição de 1º Prémio de 500 Euros e 2º Prémio de 250 Euros; Animação: Atribuição de 1º Prémio de 500 Euros e 2º Prémio de 250 Euros.

Para além destas categorias, está prevista a atribuição do prémio do público, conferido pelos espectadores presentes na cerimónia pública de encerramento do evento (a ocorrer em Novembro, em data a definir) e ainda o prémio ao melhor filme realizado por um aluno da escola organizadora.


O Concurso de Vídeo Escolar 8 e Meio é o maior evento português dedicado ao cinema no âmbito do ensino secundário. Entre outras parcerias, conta com o apoio da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e do Ministério da Educação. Desde há três anos que desenvolve uma parceria com o Curtas Vila do Conde, Festival Internacional de Cinema e com a Animar, colaborando com a programação de um evento educativo dedicado ao cinema de animação.

Este ano, o clube de cinema 8 e meio espera que os estudantes do ensino secundário português mantenham o entusiasmo verificado nas últimas edições, demonstrando o seu talento, encantando o público, e escrevendo a história de um evento que este ano comemora cinco anos. Realiza o teu sonho.


clube de cinema 8 e meio



O Concurso Nacional de Vídeo Escolar 8 e Meio é já uma realidade cultural com pergaminhos na ESEQ e que se tem vindo a afirmar a nível nacional.

Este Concurso dirige-se aos alunos do Ensino Secundário. Permite-lhes expressar a sensibilidade e a criatividade estéticas, a nível cinematográfico e desafia-os a mostrar e a aplicar as suas capacidades e conhecimentos num projecto de interesse escolar, educativo e artístico.

A enorme adesão dos alunos a este projecto da ESEQ e a qualidade dos filmes apresentados têm superado as melhores expectativas, dando a este concurso uma dimensão e uma visibilidade que muito honram a Escola.

Dirigimo-nos aos alunos portugueses que frequentam o Ensino Secundário, renovando o desafio para participarem na 5ª Edição do Concurso de Vídeo Escolar Oito e Meio, da Escola Secundária Eça de Queirós da Póvoa de Varzim.

Com esta edição, a Escola Secundária Eça de Queirós e o Clube de Cinema Oito e Meio contribuem para a formação dos alunos e prestam um importante serviço à comunidade escolar e à cultura em geral.


José Eduardo Lemos,

Director da ESEQ





MAIS INFORMAÇÕES EM www.8emeio.net


3.5.11

8 e MAIO.DOC | ciclo de cinema documental



Não foi nossa intenção, ao dar o título de ciclo de cinema documental a esta mostra de filmes, sugerir que por aqui passa toda a história do documentário. Pelo contrário, num breve exame autocrítico, descobrimos falhas ao nível da representatividade, resultantes justamente da ausência neste ciclo de alguns dos nomes seminais do género (Jean Rouch ou Frederick Wiseman, para citarmos, e de memória, apenas dois). Temos no entanto a certeza, que por estes (nove) filmes escolhidos passa alguma da mais enérgica, ousada e esclarecida análise social praticada no século passado. Num mundo contemporâneo imerso numa caótica selva de imagens à deriva, sabe bem saborear esta prática disciplinadora do olhar, que o género documental tão bem soube interpretar, esperando que os nossos alunos tirem partido destes filmes feitos aula, ou destas aulas feitas filmes, como queiram. O mundo contemporâneo move-se a uma velocidade de tal forma alucinante, que a melhor maneira de nos precavermos contra estes movimentos contínuos e arrasadores, que tudo parecem contaminar à passagem, é estarmos atentos às movimentações históricas, munindo-nos de uma inteligência crítica que nos permita ler nos factos passados os indícios do nosso futuro colectivo… E neste particular, os filmes que compõem esta selecção são admiravelmente instrutivos!

O Clube de Cinema 8 e Meio

Terça-Feira, 3 de Maio, 13H30

ROBERT J. FLAHERTY

Nanook o esquimó “Nanook of the north” (1922) 79 minutos

Este filme clássico realizado por Robert Flatherty, rodado em 1922, documenta um ano na vida de Nanook, um caçador esquimó e a sua família, à medida que lutam para sobreviver nas condições agrestes de Hudson Bay, no Canadá. Apenas com imagens, sem diálogos, este documentário mostra o comércio, a caça, a pesca e as migrações de um grupo praticamente intocado pela tecnologia industrial.


Terça-Feira, 10 de Maio, 13H30

DZIGA VERTOV

O homem da câmara de filmar " Man with a Movie Camera" (1929) 67 minutos

Este é um dos filmes mais extraordinários da história do cinema. Com uma divertida montagem, este filme mostra-nos o povo de Moscovo nos seus locais de trabalho e a maquinaria que mantém a cidade em movimento. Vertov é o pioneiro na utilização de todas as técnicas cinematográficas disponíveis - dissolves, split screen, slow motion e freeze frames.


Terça-Feira, 17 de Maio, 13H30

ALAIN RESNAIS

Toda a memória do mundo "Toute la mémoire du monde" (1956) 22 minutos

«Certa vez, mais tarde, vi numa curta-metragem a preto e branco sobre a vida da Bibliothèque Nationale como as mensagens circulavam a grande velocidade por correio pneumático entre as salas de leitura e as estantes ao longo do que poderia chamar-se um circuito nervoso e como a comunidade de investigadores ligados ao aparelho da biblioteca forma um ser extremamente complexo em constante evolução que se alimenta de miríades de palavras e gera por seu turno miríades de palavras. Creio que esse filme, que vi apenas uma vez mas que na minha imaginação se foi tornando mais fantástico e assombroso, tem o título Toute la mémoire du monde e foi feito por Alain Resnais.»

José Mário Silva

Noite e Nevoeiro “Nuit et Brouillard (1955) 32 minutos

«O filme foi encomendado em Maio de 1955 pela Comissão de História da Segunda Guerra Mundial e terminado em Dezembro do mesmo ano. Foi projectado no festival de Berlim, extra - concurso. Eu não ousava fazer o filme, pois nunca fui deportado. Jean Cayrol, antigo deportado, concordou em colaborar comigo. O argumento foi escrito antes da partida para a Polónia e modificado lá. Da Alemanha apenas recebi cartas amáveis. Nos arquivos do serviço Cinematográfico do Exército Francês, consegui apenas encontrar dois planos que me interessavam mas não me deixaram utilizá-los: «tendo em conta o carácter do filme». Após a C.E.D. celebrou-se um acordo internacional visando pôr termo às comunicações a propósito dos campos.»

Alain Resnais, Premier Plan n.° 18/56


Terça-Feira, 24 de Maio, 13H30

ARTAVAZD PELECHIAN

Os Habitantes “Bnakitcher” (1970) 10 minutos

As Estações “Yeghnaknere” (1972) 29 minutos

Fim “Kiank” (1992) 9 minutos

Vida “Armienfilhem” (1993) 6 minutos

Pelechian é de facto um cineasta único, único pela forma como encena os seus filmes, pela linguagem cinematográfica que utiliza e pela forma como nos revela o mundo. Os seus filmes são mais facilmente sentidos que contados porque os emoção é o núcleo de cada um deles e é essencialmente através da Imagem e do Som que esta emoção é veiculada, pois Pelechian considera-os indissociáveis. O movimento e a música têm claramente uma importância fulcral. São, de facto, estes os elementos que ritmam as suas obras. Os seus trabalhos centram-se no homem e na sua relação íntima e indestrutível com a natureza. Para ele, a Natureza é o laço que une todos seres. Os filmes de Pelechian revelam-nos a consciência humana através de uma dupla cumplicidade, simbiose cinematográfica Imagem/Som que permite explorar a simbiose Homem/Natureza.


Terça-Feira, 31 de Maio, 13H30

JEAN- LUC GODARD

JLG por JLG “JLG/JLG” (1995) 53 minutos

Auto-retrato em que através de citações de filmes, comentários ou silêncios, Jean-Luc Godard oferece as suas memórias, a sua intimidade, a sua compreensão do mundo.